terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um câncer metastaseado no Brasil

A violência no Rio de Janeiro está estampada nos jornais de todo o mundo. Qual é a imagem projetada lá fora? Patifaria, malandragem, violência, exploração sexual, drogas, corrupção, etc. Já não faz parte do imaginário estrangeiro, mas uma visão destacada, algo concreto, sem máscaras ou maquiagens. O Brasil é um país sensacional, mas cheio de contrastes, completamente paradoxal. Dizem que o Brasil é imensamente rico, mas absurdamente pobre porque é um país de maioria excluída e de pessoas que vivem à margem da pobreza, beirando a miséria.
Parece contraditório mas é verdade: somos uma Nação rica, mas o número de brasileiros pobres é enorme. Falta tudo! Um sistema de saúde adequado que atenda a todos, educação de qualidade, emprego, igualdade social e distribuição de renda planejada, resumindo falta desenvolvimento sócio-econômico generalizado.
O que gera toda essa violência é exatamente a falta de planejamento conjunta, pois uma ausência puxa a outra, não existe um problema social, existem vários problemas sociais. O povo brasileiro não sabe o que é ética, não tem noção de cidadania e para quem governa isso não importa, que sejamos manipuláveis.
Hoje a frase da bandeira brasileira deveria ser: Desordem e Retrocesso.
O Brasil só se preocupa com carnaval e futebol. Quem não é observador não percebe, mas é isso mesmo! Boa parte do ano o grande lance é o futebol, por alguns dias a preocupação é o reveillon e no dia 01 de janeiro já começa a falação sobre carnaval.
As únicas campanhas feitas no Brasil em rede nacional são: Use camisinha (no carnaval), no resto do ano não precisa e a campanha para doação de sangue que ocorre normalmente na época de feriados prolongados.
Ninguém fala nada sobre consumo de drogas. Droga é também um problema que deveria ser tratado pelo Ministério da saúde. Enfraquecer a bandidagem não resolve o problema. Enquanto houver produtores e usuários, haverá traficante. Enquanto não houver o básico (assistencialismo não resolve nada é uma ação paleativa), enquanto não houver ações sociais objetivas com poder transformador e comprometidas com o desenvolvimento sócio-econômico, enquanto não houver dignidade e respeito no Brasil seremos vexaminosos, conviveremos com a violência. E enquanto não houver punição severa para políticos haverá patifes no governo.

"Em toda a parte onde a propriedade for um direito individual, onde todas as coisas se medirem pelo dinheiro, não se poderá jamais organizar nem a justiça nem a prosperidade social, a menos que denomineis justa a sociedade em que o que há de melhor é a partilha dos piores, e que considereis perfeitamente feliz o Estado no qual a fortuna pública é a presa de um punhado de indivíduos insaciáveis de prazeres, enquanto a massa é devorada pela miséria."
Do livro Utopia de Thomas Morus.

"O Brasil não deve governar para os pobres, o Brasil deve governar com os pobres. É impossível ter paz com a pobreza." Assim disse Muhammad Yunus em sua passagem pelo Brasil no mês de maio do ano corrente. Estava presente quando ele disse isto. Fiquei cheia de vergonha!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O que a Petrobras anda fazendo com a Biodiversidade do Parque Estadual da Serra do Mar

O Parque Estadual da Serra do Mar está entre as maiores áreas REMANESCENTES de Mata Atlântica do Brasil. A UNESCO declarou a Mata Atlântica como reserva da BIOSFERA, sendo assim, flora e fauna deveriam ser preservadas e os Caiçaras respeitados, mas não é isso que está acontecendo.
A Petrobras está construindo um gasoduto que passa pelo Parque Estadual da Serra do Mar onde existem 40 espécies de aves e 21 espécies de mamíferos ameaçados de extinção. Entre as espécies estão o macaco-prego, o bugio, a jaguatirica e a onça-pintada. Os animais podem se tornar vítimas do desmatamento, podem ser atropelados nas estradas que estão sendo construídas para manutenção do gasoduto ou simplesmente podem se tornar presas fáceis para caçadores devido à facilidade de acesso a regiões antes inexploradas.
O Consema sugeriu a construção de um túnel de 5,2 km no trecho do parque estadual, mas parece que ficou só como sugestão incorporada ao projeto.
O gasoduto vai transportar o combustível de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, para Taubaté, no Vale do Paraíba. A Petrobras planeja transportar 20 milhões de m³ por dia de gás natural para as indústrias da região.
Um estudo de impacto da região aponta três impactos positivos (criação de empregos, arrecadação de impostos e maior quantidade de gás natural) e treze impactos negativos (todos relacionados a Biota). Mesmo assim, a conclusão da Petrobras é de que a obra é viável. Vai entender!

Apesar de todos os protestos realizados por ambientalistas e ecólogos a Petrobras conseguiu o licenciamento. Uma proposta para a construção do gasoduto passando por fora da APP da Serra do Mar foi ignorada porque deveriam ser feitas desapropriações. Na hora de desapropriar para construir viadutos não medem esforços e dinheiro não lhes falta. Esse é o Brasil!
Como é sabido compensação ambiental ainda é utopia no Brasil, além do mais quando a compensação ambiental acontece ela não recupera o desmatamento e nem leva de volta os animais que um dia viveram naquela região.
Os estudos de impacto sempre são manipulados visando somente interesses políticos e econômicos e não podemos ir contra porque está tudo "conforme a lei", portanto, continuaremos a presenciar calados a destruição da natureza.
"O problema do sistema é la em cima." Não tenho dúvidas disto quando o assunto é a Petrobras.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cidades sustentáveis

Cidades Sustentáveis são cidades inteligentes, inovadoras e criativas.
Com 80% da população vivendo na urbe é necessário que as cidades se reinventem no século XXI.
Talvez seja oportuno nos debruçarmos sobre a grande questão do século: o planeta urbano. Afinal, se o século 19 foi dos impérios e o 20 das nações, este é o das cidades. E as imensas inovações que ora se anunciam ocorrerão no território urbano. O desenvolvimento das megacidades contemporâneas impõe os desafios e oportunidades do desenvolvimento sustentável e da gestão inteligente.
Há 100 anos, apenas 10% da população mundial vivia em cidades. Atualmente, somos mais de 50%, e até 2050, seremos mais de 75%. A cidade é o lugar onde são feitas todas as trocas, dos grandes e pequenos negócios à interação social e cultural. Mas também é o lugar onde há um crescimento desmedido das favelas e do trabalho informal: estima-se que dois em cada três habitantes esteja vivendo em favelas ou subhabitações. E é também o palco de transformações dramáticas que fizeram emergir as megacidades do século 21: as cidades com mais de 10 milhões de habitantes já concentram 10% da população mundial.A maioria delas tem concentração de pobreza e graves problemas socioambientais, decorrentes da falta de maciços investimentos em infraestrutura e saneamento. Sua importância na economia nacional e global é desproporcionalmente elevada. Segundo a Unesco, no futuro teremos muitas megacidades e localizadas em novos endereços – das 16 existentes em 1996, passarão a 25 em 2025, muitas delas fora dos países desenvolvidos.
As metrópoles são o grande desafio estratégico do planeta neste momento. Se elas adoecem, o planeta fica insustentável. No entanto, a experiência internacional – de Barcelona a Vancouver, de Nova York a Bogotá, para citar algumas das cidades mais verdes – mostra que as metrópoles se reinventam. Se refazem. Já existem diversos indicadores comparativos e rankings das cidades mais verdes do planeta. Fora dos países ricos, Bogotá e Curitiba colocam-se na linha de frente como cases a serem replicados.
Quais são as cidades mais inovadoras atualmente, aquelas que já estão sinalizando as mudanças para daqui 25 anos? Por que as metrópoles contemporâneas compactas – densas, vivas e diversificadas nas suas áreas centrais – propiciam um maior desenvolvimento sustentável, concentrando tecnologia, novas oportunidades de crescimento, gerando inovação e conhecimento em seu território?
As metrópoles são o lócus da diversidade – da economia à ideologia, passando pela religião e cultura. E diversidade gera inovação. As maiores cidades do hemisfério norte descobriram isso há alguns anos e têm se beneficiado enormemente desse diferencial, dessas externalidades espaciais – inclusive com atração de investimentos. E têm promovido seus projetos de regeneração através de políticas de inovação. Centros urbanos diversificados, em termos de população e usos, com empresas ligadas à nova economia, têm se configurado nas novas oportunidades de inovação urbana em áreas anteriormente abandonadas (Barcelona 22@, San Francisco Mission Bay, diversas áreas em Nova Iorque, Boston ou Londres).
As cidades inteligentes, as smart cities, expressam a necessidade de uma reformulação radical das cidades na era da economia global e da sociedade baseada no conhecimento.
A capacidade de inovação se traduz em competitividade e prosperidade. Alguns parâmetros são fundamentais: presença da nova economia, sistema de mobilidade inteligente, ambientes inovadores/criativos, recursos humanos de talento, habitação acessível/diversificada e e-governance, que deverá incorporar sistemas inteligentes e integrados de governo, transporte, energia, saúde, segurança pública e educação.
A democratização das informações territoriais com os novos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, favorecendo a formação de comunidades participativas, além de e-governance: serviços de governo inteligente mais ágeis, transparentes e eficientes, através de compartilhamento de informações.
Por fim, devemos ficar atentos às imensas perspectivas que as tecnologias verdes aliadas à gestão inteligente estão abrindo no desenvolvimento urbano de novos territórios, sejam novos bairros sustentáveis (por aqui, o pioneiro é o Cidade Pedra Branca Urbanismo Sustentável em Santa Catarina), sejam cidades inteiras verdes (Masdar no Dubai, desenvolvida Por Sir Norman Foster é o maior exemplo).
E as nossas cidades? Decisão política, boas ideias e competência na gestão urbana sempre serão bem-vindas e algumas cidades atuais demonstram isso claramente e jogam otimismo no futuro das nossas cidades. Curitiba iniciou há 20 anos o processo e suas boas práticas (sistema integrado de transportes coletivos destacando-se os corredores de ônibus expressos, BART, ligados a corredores planejados de adensamento; coleta seletiva de lixo; rede polinucleada de parques) devem ser replicadas cada vez mais, pois a sociedade civil organizada exigirá.
Nossas duas megacidades, São Paulo e Rio de Janeiro, trazem parâmetros oportunos importantes. O incrível boom imobiliário atual (terceiro maior do planeta), aliado à pujança do setor da construção civil e à força econômica de São Paulo e Rio, além da concentração, rara no Brasil, dos famosos 3T's – Talento, Tecnologia e Tolerância – defendidos por Richard Florida como essencial para a inovação urbana pode alavancar as desejáveis reinvenções destas cidades. Resta ao nosso mercado imobiliário incorporar melhor as lições que as cidades campeãs em inovação no mundo estão promovendo ao aliar, à pujança econômica, modelos urbanístico mais interessantes, com maior sociodiversidade espacial, como menos condomínios fechados e distantes.
A conurbação territorial ganha inovação importante a partir da chegada do trem de alta velocidade ligando Rio e São Paulo, previsto para começar suas operações em 2016. A renovação das infraestruras destas cidades já se inicia e promete aliar-se a grandes investimentos públicos e privados nos próximos anos, o que seguramente determinará esta megaregião como a principal não apenas do País, mas de todo o hemisfério sul.

domingo, 26 de setembro de 2010

Reciclagem, o modelo de Barcelona


O modelo de coleta de lixo criado para a Vila Olímpica de Barcelona em 1992 se tornou referência mundial e hoje mais de 50 cidades do mundo utilizam o mesmo sistema. As latas de lixo e os caminhões de coleta foram trocados por tubos instalados no subsolo que transportam todo o lixo para um centro de triagem. A tecnologia utilizada é incrível. Depois de percorrer a tubulação a uma velocidade média de 40km/h o lixo chega ao centro de triagem, ali o lixo é separado e transportado para uma usina de reciclagem.Os plásticos, alumínio, papel são reciclados e o lixo orgânico é transformado em combustível que move turbinas geradoras de eletricidade. Os reflexos da tecnologia catadora de lixo são vistos em toda a cidade. A sujeira das ruas é praticamente inexistente. Cerca de 160 caminhões de coleta deixaram de circular pelas ruas, o que torna o ambiente mais agradável, silencioso, limpo, livre da  emissão de CO2 gerada pelos caminhões de coleta e, principalmente, mais cheiroso. Atualmente, cerca de 70% do lixo de Barcelona é recolhido assim, mas a cidade tem investido para que em cinco anos, toda a coleta seja subterrânea. Essa é uma maneira mais ecológica e higiênica de transportar o lixo para o local correto e ainda obter aproveitamento total, em termos de reciclagem.
O Departamento de Meio Ambiente da Catalunha em parceria com a Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), Ros Roca e Nord Engineering, criaram um novo modelo de containers para reciclagem do lixo. Eles foram projetados para o uso de toda a população. Os Containers são identificados com elementos que facilitam para as pessoas localizarem e se distinguirem em espaços públicos. Cada categoria de lixo é associada a uma cor: Lixo Orgânico – Marrom; Lixo em geral-Cinza (nesta categoria entram roupas, calçados, eletroeletrônicos e afins); Papel e Papelão – Azul; Plástico e Embalagem – Amarelo e Vidro – Verde. Os containers são alinhados na mesma ordem em todos os lugares da cidade onde estão disponibilizados facilitando assim a utilização por pessoas com deficiência visual. Além desse detalhe em cada container existe um símbolo em alto relevo indicando o tipo de lixo coletado. Esses símbolos foram criados pela ONCE (Organização Nacional Espanhola de Cegos).
Durante o meu curso de Gestão em Barcelona pude conhecer todo o processo da destinação do lixo. Algo surpreendente e a educação das pessoas faz com que o sistema seja eficiente.

Hipocrisia e o Meio Ambiente

Ultimamente assistimos na mídia, autoridades apresentarem o reflorestamento como a salvação para todos os males ambientais advindos do Efeito Estufa. Entretanto, o reflorestamento, é apenas a metade do caminho a ser percorrido. Isso porque a floresta retém a água no solo, pereniza os rios, ameniza e equilibra o clima, mas não captura o carbono em definitivo, apenas o recicla. O verde, a floresta, aproveitando a energia solar e a água fixa o carbono por algumas dezenas de anos, ou nem isso, e o liberta para atmosfera sob a forma de gás carbônico, voltando às condições anteriores. A quem nossas autoridades querem enganar? Ficam apregoando providências esdrúxulas que não levam a nada! Querem calcular, por exemplo, quantas árvores devem ser plantadas para compensar a fabricação de um CD, a edição de uma revista, à flatulência de uma vaca... Enquanto isso, um simples carro de passeio atira no ar que respiramos dezenas de toneladas de gás carbônico durante sua vida útil. A sociedade precisa ser esclarecida, estar consciente da destruição de vidas que representa o uso do combustível fóssil sem a destinação adequada dos gases gerados como conseqüência. Mas ao invés disso, fazem cálculos mirabolantes sem chegar a resultado algum, só confundindo a sociedade leiga e simulando que providências sérias e enérgicas estão sendo tomadas. E assim, justificam-se as verbas astronômicas doadas pelos governos e empresas que são aplicadas em pseudo pesquisas, ditas “sérias e urgentes”.
Ainda que todos os espaços do planeta fossem ocupados com o cultivo de florestas o “problema do efeito estufa” não seria resolvido. O vegetal, como todo ser vivo, nasce, cresce, amadurece e morre e, ao morrer, devolve todo o carbono à atmosfera sob forma de gás carbônico. Então, o reflorestamento só terá sentido se a biomassa for “colhida e armazenada”, estocada de forma permanente, em condições de não decomposição (retorno à forma de gás carbônico). Como fazer isso? Devolvendo, a biomassa, o carbono que está em excesso na atmosfera (gás carbônico), aos locais de sua origem, às profundezas do subsolo, ocupando com as fossas abissais oceânicas, os espaços deixados pelos poços de petróleo exauridos, as falhas geológicas, as crateras artificiais criadas pelo homem e pela mineração. Para cada 12 toneladas de biomassa assim “devolvidas”, teremos 32 toneladas de oxigênio novamente disponíveis à atmosfera e menos 44 toneladas de gás carbônico a nos asfixiar. Tratar os resíduos gerados pela indústria é rotina neste meio; toda indústria é obrigada por lei a tratar e destinar corretamente os seus rejeitos. Por que a indústria do petróleo não é obrigada a fazer o mesmo? A proposta é a mais absolutamente correta do ponto de vista ecológico: a devolução do carbono ao local onde deveria estar e ficar para sempre.

domingo, 19 de setembro de 2010

A importância dos oceanos para a Biosfera

Os oceanos e mares exercem uma grande relevância para a biosfera. Do ponto de vista ambiental contribuem na composição e equilíbrio climático, uma vez que os fitoplânctons abrigam as cianobactérias responsáveis pela produção de grande parte do oxigênio do planeta juntamente com algumas espécies de algas marinhas. São o verdadeiro pulmão do mundo, uma vez que produzem mais oxigênio pela fotossíntese do que precisam na respiração, e o excesso é liberado para o ambiente.
O ambiente marinho, apesar de suas características e comportamento muito peculiar, não está isolado do restante do planeta. Ao contrário, forma com os continentes e com a atmosfera uma complexa unidade vital: a Biosfera.
O oceano e a atmosfera são dois fluidos em permanente interação e disso depende, e muito, o clima e as condições de vida na Terra.
O Sol, como fonte primeira de energia, é o grande motor dessa interação. Cerca de 40% da energia que chega à Terra é devolvida para o espaço. Dos 60% que ficam, cerca de um terço é absorvido pelas nuvens, vapores de água e outros gases presentes na atmosfera, como o gás carbônico e o ozônio. Os outros dois terços atravessam a atmosfera e são aproveitados pelos oceanos e continentes. Como os oceanos ocupam mais de 70% da superfície do planeta, eles recebem a maior parte da energia solar
A energia solar refletida é responsável pela luminosidade da Terra, para quem a vê do espaço. A energia absorvida, principalmente sob a forma de calor, promove o aquecimento e a circulação da atmosfera, gerando os ventos, frente frias e outros fenômenos atmosféricos e climáticos. E também provoca, anualmente, a evaporação de uma camada de 91 centímetros de água de todos os oceanos. Estima-se que da energia solar que incide sobre as camadas superiores da atmosfera, apenas de 1 a 2% é utilizada na fotossíntese e passa a entrar nos ecossistemas.
Como a capacidade da água de absorver calor é muito maior do que a da atmosfera, isso torna o oceano um grande reservatório de calor. Apenas os três primeiro metros de camada de água dos oceanos é capaz de armazenar tanto calor quanto toda a atmosfera. Calor esse que resulta, em boa parte, na maior contribuição do mar para a atmosfera: a formação de nuvens.
As nuvens são formadas pelo vapor da água que se condensa em torno de algumas substâncias químicas presentes na atmosfera, conhecidas como aerossóis de sulfato, que constituem os núcleos formadores de nuvens. A maior fonte natural destas substâncias é o dimetilsulfeto, um gás produzido pelas algas do fitoplâncton que é liberado para a atmosfera. Outra importante fonte são os gases poluentes exalados pelos navios que ao queimarem combustíveis fósseis liberam sulfetos.
As nuvens têm um papel importante no controle climático da Terra, aumentando ou diminuindo a capacidade de reflexão da energia solar e interferindo no equilíbrio térmico do planeta.
E as interações entre o mar e o ar não param por aí. A energia do sol atinge a superfície da Terra com mais intensidade na faixa tropical do que nas regiões polares. Esse aquecimento diferenciado produz massas de ar com temperaturas diferentes. Para que exista um equilíbrio, essas massas de ar se movimentam e provocam os ventos, que por sua vez atuam na superfície dos oceanos gerando as ondas. As ondas ajudam a manter homogênea a temperatura da água nos primeiros dez metros do mar, que é a região em que mais de 60% da energia do sol é absorvida. Enfim, o oceano é um grande regulador térmico da atmosfera, cedendo e retirando calor quando é necessário.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aquecimento Global e Mudanças Climáticas

Dizem por aí que o aquecimento global é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta, penso um pouco diferente. No meu humilde entendimento o aquecimento assim como o resfriamento que vem ocorrendo em algumas regiões do planeta causam alterações climáticas.
Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais. Aí eu pergunto: E o resfriamento dos oceanos? Existem 3.200 boias espalhadas pelos oceanos para medir a temperatura e salinidade e as medições mostram perda de calor. Como os oceanos fazem parte de 71% da superfície terrestre, eles são fundamentais para o clima do planeta. Só o Pacífico ocupa 35% da superfície e está resfriando desde 2000.
Alguns dizem não passar apenas de interesses econômicos, dizem que os fluxos naturais dos oceanos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A margem de erro é de 40 bilhões para cima ou para baixo e o homem coloca apenas 6 bilhões, portanto as emissões humanas representam 3%. O aquecimento global se tornou um embate político e econômico. Reduzir as emissões de carbono é reduzir a geração da energia, base do desenvolvimento em qualquer lugar. Como existem países que têm a sua matriz calcadas nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.
Bom, enquanto alguns vão discutindo se está esquentando ou esfriando, se as emissões geradas pela ação humana interferem ou não na dinâmica do planeta eu continuo insistindo em uma mudança comportamental do homem. Com aquecimento ou sem aquecimento só não enxerga as mudanças que estão ocorrendo ao longo dos anos quem não quer! O homem está destruindo e fazendo vista grossa. Em posts futuros vou colocar alguns exemplos.
Complexo e muito complicado . Leio muito sobre o assunto e como sou muito desconfiada não acredito em tudo que vejo nas mídias atuais.